19 Janeiro 2021 - 21:47

Primeiros sergipanos vacinados falam de emoção e esperança

Sob o olhar esperançoso e gritos de incentivo dos colegas de profissão, a enfermeira Sônia Aparecida Damásio, de 48 anos de idade, foi a primeira pessoa vacina contra a Covid-19 em Sergipe. Ela trabalha na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) 2 do Hospital de Urgências Governador João Alves Filho, em Aracaju. Está, desde março do ano passado, na linha de frente no combate à pandemia.

“Estou tão feliz em ter sido escolhida! Agora começo a ficar mais tranquila”, declarou.

Sônia, ao ser chamada pelo cerimonial do Governo para receber o imunizante Coronavac, desenvolvido no país pelo Instituto Butantan, disse que sentiu o coração acelerar. Respirou. E junto com ela o coração de muitos sergipanos que acompanhavam aquele momento, no auditório ou pelas emissoras de TVs e pelos celulares que transmitiam, ao vivo, o momento histórico para Sergipe.

“Não vou esquecer esse momento porque todo mundo está esperando essa vacina. Que todo mundo venha se vacinar para estar protegido e que a gente consiga ter uma vida normal, apesar de tudo”, disse a enfermeira Sônia.

Sônia Aparecida trabalha há 14 anos na área da saúde. Iniciou como técnica de enfermagem, mas há 4 anos realizou o sonho de conquistar o diploma de enfermeira. Segundo ela, salvar vidas é sua vocação e, nos meses em que a pandemia fez mais vítimas em Sergipe, chegava todos os dias a Unidade de Saúde certa da sua missão. “Foram momentos difíceis. Foi uma luta diária entender o comportamento da doença porque a gente não sabia como lidar, além do medo de contaminar nossos familiares. Sou mãe, sou esposa. Esse aprendizado levo para a vida”, disse.

Cleomárcio Xavier dos Santos, maqueiro

Cleomárcio Xavier dos Santos, de 35 anos, nunca sonhou em um dia trabalhar como maqueiro, mas agarrou a oportunidade quando conseguiu um trabalho no Hospital. Há dez anos é um dos mais queridos profissionais da Unidade de Saúde. Ele coleciona inúmeras histórias de vida que salvou graças a sua agilidade.

Em maio, quando a pandemia atingiu um dos maiores picos em Sergipe, Cleomárcio mesmo ciente de que estaria no epicentro do combate à pandemia, não fraquejou. Ele viu amigos e colegas de profissão perderem a vida para o novo coronavírus.

“Sou maqueiro há 10 anos. Eu trabalho no setor de trauma aqui do Hospital, onde chegam pacientes que sofreram algum acidente. No setor em que trabalho mesmo, perdi muitos amigos que foram contaminadas com a Covid. É triste. Com a vacina me sinto aliviado”, falou emocionado.

Adriane dos Santos Oliveira, serviços gerais

Adriane dos Santos Oliveira, de 42 anos, também viveu a emoção de ser uma das dez pessoas a receber a primeira dose da vacina em Sergipe. Diante dos flashes das câmeras fotográficas da imprensa e dos aplausos, não segurou as lágrimas. “Trabalho no setor da Covid e foram momentos difíceis de insegurança em todo setor. Tive tanto medo de levar o vírus pra casa por conta das minhas duas filhas e do meu marido. Estou muito, muito feliz”, falou emocionada.

Edvaldo dos Santos, médico

O médico Edvaldo dos Santos nasceu de novo após passar onze dias em estado grave em um dos leitos de UTI do Hospital João Alves. Mesmo com todos os cuidados que vinha tomando, foi um dos vários profissionais de saúde vitima da Covid-19.

Hoje, recuperado, o médico que trabalha há 20 anos na Ala vermelha do Hospital, está de volta a linha de frente de combate a pandemia. “Esse momento é um marco na saúde publica. É a vitória da ciência. Mesmo pra quem já tomou a vacina, a pandemia não acabou. Esse é o passo inicial para o tratamento da doença, as recomendações continuam sobre usar máscaras e uso de álcool em gel”, disse.

por Agência Sergipe

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