04 Maio 2021 - 22:46

Prefeitura auxilia mulheres aracajuanas a formalizarem seus negócios

Nilda Gomes, 49, é empreendedora e atua no ramo alimentício em Aracaju. Cozinhar faz parte da sua rotina no trabalho e ela domina perfeitamente a arte de fazer comida baiana. Há mais de 20 anos, Nilda comercializa acarajé. Todos os dias, ela se dirige até o local de trabalho para oferecer aos clientes o melhor do seu tempero, no estabelecimento que montou no bairro Inácio Barbosa.

A empreendedora conta que aprendeu a fazer acarajé em apenas em dois finais de semana com uma tia. O empreendedorismo caiu de paraquedas na vida dela e foi algo que lhe oportunizou ter um negócio e trabalhar fazendo o que gosta. Aos poucos, os clientes foram chegando e o empreendimento foi nomeado como Acarajé da Nega.

A Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat), oferece suporte a pessoas que, como Nilda, empreendem. Para isso, a Fundat oferte orientação e formalização do Microempreendedor Individual (MEI), a fim de ajudar os empreendedores que estão iniciando a sua jornada e aprimorar o negócio daqueles que já estão no mercado.

Para a presidente da Fundat, Edivaneide Lima, é essencial direcionar o olhar para o eixo do empreendedorismo em Aracaju, principalmente para as pessoas negras. “Temos a missão de dar um apoio para os empreendedores aracajuanos para que eles continuem firmes e fortes com o seu negócio”, afirma a presidente.

Atualmente, Nilda faz sucesso no seu trabalho, mas pretende progredir e aprimorar o seu negócio. “A intenção é melhorar o que eu já tenho, mas também trazer novidades para os clientes. Gostaria de ampliar os negócios e colocar o meu empreendimento também em outros bairros de Aracaju”, projeta a empreendedora.

Nilda é um exemplo de mulher negra que vem, a cada dia, prosperando no ramo do empreendedorismo. O seu negócio é fruto de uma cultura que possui identidade, ancestralidade e raízes. Hoje em dia, ter pessoas negras empreendendo e fazendo sucesso é um ato de resistência, pois elas encontram mais dificuldades de tocarem os seus negócios para frente.

Em 2019, a PretaHub, empresa que atua com pesquisas, mapeamento e aceleração do empreendedorismo para a população negra, realizou um estudo sobre empreendedorismo negro no Brasil e apontou que as mulheres negras representam em torno de 52% no empreendedorismo.

Mei

Ser formalizado e se tornar um Microempreendedor Individual (Mei) é importante porque possibilita ao empreendedor progredir no negócio. Nilda, formalizada pela Fundat, é um exemplo disso.

Após formalizar seu empreendimento, ela pôde cadastrar seu negócio nos aplicativos de delivery para expandir suas vendas. Uma vez formalizado, o empreender passa a ter um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), necessário para o cadastro da empresa nos aplicativos.

Além disso, é possível ter acesso a outros benefícios. “Foi muito importante realizar o cadastro do Mei na Fundat. Além de ter um CNPJ, o meu empreendimento possui uma organização financeira, que antes eu não tinha essa preocupação. Hoje em dia, eu sei o que sai do fluxo de caixa e o que entra. Então, o Mei foi um passo importante para eu crescer o meu negócio”, explica Nilda.

Sonho realizado

Edenildes Teles, 53, é outra empreendedora que ama o que faz. Ao produzir e comercializar bijuterias artesanais, a empreendedora teve a oportunidade de realizar um sonho: trabalhar montando acessórios.

É no papel que as peças começam a ganhar vida, pois a empreendedora desenha as suas ideias para arquitetar a montagem das peças e trabalhar até a versão final. “É prazeroso escolher as pedras que irão fazer parte de um colar, por exemplo. Gosto de todo o processo que meu trabalho envolve, principalmente explorar a minha criatividade para oferecer o melhor para as clientes”, relata a empreendedora.

O empreendimento de Edenildes vai além das vendas online. Antes da pandemia, ela frequentava algumas feiras de empreendedores em Aracaju para expor os seus produtos. A empreendedora possui uma variedade de bijuterias coloridas para encantar os que curtem acessórios artesanais. O objetivo dela é que seu trabalho seja reconhecido e que alcance mais mulheres.

Edenildes atua nesse ramo há mais de dez anos. Para ela, é uma oportunidade ímpar trabalhar com algo que traz satisfação pessoal. Porém, ela pretende atingir outros objetivos para que seu negócio evolua e se estabeleça no mercado. Ser Mei, por meio da Fundat, possibilitou-lhe fortalecer o seu negócio e obter os benefícios que a formalização traz como a aposentadoria. “É importante para mim ter o Mei, pois é um meio de formalizar o meu negócio e conseguir melhorias através dele", destaca.

por Secom - Aracaju

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