24 Maio 2022 - 17:45

Funarte lança o livro ‘Panorama da ópera no Brasil’ nesta quarta (25), no Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro

Divulgação/CCOM Funarte
Lançamento do livro 'Panorama da Opera no Brasil'

A partir de agora, quem não conhece ópera ou conhece pouco poderá se aprofundar nesse gênero artístico musical. No dia 25 de maio (quarta-feira), às 18h, a Fundação Nacional de Artes – Funarte lança o livro Panorama da ópera no Brasil, no Teatro Dulcina, Cinelândia, Centro do Rio, com apresentação de uma cortina lírica, parte da Mostra Bossa Criativa. A publicação conta a história da difusão desse gênero no Brasil, desde seus primórdios na era colonial até o século XX. Com linguagem acessível, voltada para o público não especializado, traz texto e pesquisa do jornalista Cláudio Figueiredo e organização, pesquisa e seleção de imagens da pesquisadora Nubia Melhem Santos. O prefácio é do historiador Paulo Knauss.

Lançamento – A abertura do evento contará com uma cortina lírica, na qual a pianista Priscila Bomfim, a soprano Sophia Dornellas e o tenor Guilherme Moreira vão apresentar trechos de óperas consagradas. Neste formato de apresentação, conhecido como “Concerto Lírico” ou “Cortina Lírica”, os cantores se alternam no repertório, cantando também, em alguns momentos, juntos ou em duetos. A programação inclui as composições Le nozze di Figaro – “Deh Vieni non tardar”, de Wolfgang Amadeus Mozart; Don Pasquale – “Quel guardo il cavalieri”, de Gaetano Donizetti; Piedade – “É preciso morrer”, de João Guilherme Ripper; O Engenheiro – “O nosso mundo está ruindo”, de Tim Rescala; entre outras óperas. Essa cortina lírica faz parte da Mostra Bossa Criativa, que acontece de 23 a 29 de maio, no Teatro Dulcina. A Mostra integra o programa Arte de Toda Gente, parceria entre a Funarte e a Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, com curadoria de sua Escola de Música.

Sobre o livro – Ao traçar esse panorama, mostrando como o Brasil absorveu e transformou uma forma de arte eminentemente europeia, a publicação desvenda qual público assistia às óperas, quem as interpretava, como eram os teatros onde havia as apresentações e quais a função e o papel simbólico dessas casas de espetáculo nas cidades brasileiras. O leitor vai se deleitar ao descobrir o que significava ir ao teatro para assistir a uma ópera no Brasil do século XVIII e do século XIX e o que mudou nos hábitos e nas expectativas das plateias ao longo dos séculos.

O livro traz diversas curiosidades, não se atendo somente aos personagens do mundo do teatro e da música – como Antônio José da Silva (o Judeu), o padre José Maurício, a cantora negra Joaquina Lapinha e os compositores Carlos Gomes e Villa-Lobos. Também apresenta nomes como os do inconfidente Cláudio Manuel da Costa, do pintor Debret, do poeta Gonçalves Dias, além de Pedro II e Machado de Assis.

Reunindo cerca de 100 imagens – entre fotografias, pinturas e gravuras –, a publicação aborda desde as primeiras encenações públicas nas ruas das cidades até os anos 2000. Entre as imagens, há desde as de personalidades relacionadas à opera, monumentos históricos até as de projetos de cenários e cortinas (panos de boca), como o do Real Theatro de São João (atual Teatro João Caetano, no Centro do Rio de Janeiro), pintado pelo artista francês Jean-Baptiste Debret.

Intencionalmente, os autores escolheram abordar mais a interação desse gênero com outros aspectos da vida brasileira, como arquitetura, urbanismo, costumes, crítica, teatro, jornalismo e política, do que o aspecto musicológico. Desse modo, a obra atenta para aspectos menos conhecidos da história, como a presença marcante dos afrodescendentes brasileiros no mundo musical do Brasil Colônia; a atração de personagens como D. João VI, Pedro I e a princesa Leopoldina pelo universo da ópera; e as disputas apaixonadas entre torcidas em torno de cantoras líricas rivais nos teatros do Brasil do século XIX — um conflito em que divergências musicais se confundiam com rixas políticas.

Panorama da ópera no Brasil descortina, ainda, os corais de canto lírico em vilarejos da Amazônia no século XVIII; o ambiente da ópera e da música de Rossini como palco e pano de fundo da efervescência política às vésperas da Independência; a irreverência do humor brasileiro que parodia e subverte as operetas do compositor e violoncelista Jacques Offenbach (precursor do teatro musical moderno) no Rio de Janeiro do século XIX; a estridência das críticas publicadas por romancistas e dramaturgos como José de Alencar e Martins Pena; as primeiras tentativas de criação de uma ópera nacional e o sucesso de Carlos Gomes na Europa; e o luxo e a pompa dos teatros erguidos na Amazônia da belle époque.

Sobre os autores

Cláudio Figueiredo é jornalista e tradutor. Trabalhou no Jornal do Brasil e na TV Globo. É autor de Entre sem bater: a vida de Aparício Torelly, o Barão de Itararé, finalista do Prêmio Jabuti 2012, categoria Biografia). Coautor dos livros O porto e a cidade: O Rio de Janeiro entre 1565 e 1910 (Prêmio Jabuti 2006 na categoria Arquitetura e Urbanismo, Fotografia, Comunicação e Artes) e Theatro Municipal do Rio de Janeiro: um século em cartaz (2011).

Nubia Melhem Santos é pesquisadora e editora com formação em Letras. Publicou, como organizadora e pesquisadora, Era uma vez o Morro do Castelo (2000); Burle Marx: jardins e ecologia (2002); O porto e a cidade: o Rio de Janeiro entre 1565 e 1910 (Prêmio Jabuti 2006 na categoria Arquitetura e Urbanismo, Fotografia, Comunicação e Artes); Theatro Municipal do Rio de Janeiro: um século em cartaz (2011); e Amazônia das palavras (2020). Fez o argumento do filme Marcia Haydée: uma vida pela dança (2019).

Serviço

Lançamento do livro Panorama da ópera no Brasil

Data e hora: 25 de maio de 2022, das 18h às 20h

Local: Teatro Dulcina

R. Alcindo Guanabara, 17 - Centro, Rio de Janeiro – RJ

Cortina Lírica (18h)
Sophia Dornellas (soprano)
Guilherme Moreira (tenor)
Priscila Bomfim (piano)

por Funarte

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