23 Outubro 2021 - 18:04

Teatro Virtual da Funarte exibe obras inspiradas na comunicação on-line e em Tchekhov

Divulgação
"Estranhas" e "A Moscou! Um Palimpsesto"

OFestival de Teatro Virtual da Funarte segue com a agenda de espetáculos da região Centro-Oeste do país, na quinta e última etapa da programação. Nesta quinta-feira, 21 de outubro, a partir das 18h30, a Fundação apresenta Estranhas, do Espaço f/508 de Cultura. A obra explora as novas formas de se comunicar e fazer arte. Na sexta, dia 22, será exibido A Moscou! Um Palimpsesto, da S.A.I - Setor De Áreas Isoladas, uma releitura do clássico As três irmãs, de Anton Tchekhov.

As duas obras, da Capital Federal, poderão ser acessadas em bit.ly/FestivaldeTeatroVirtual. O Festival de Teatro Virtual da Funarte conta com cinco montagens de cada região do país, contempladas no Prêmio Funarte Festival de Teatro Virtual 2020. Com a programação da região Centro-Oeste, o festival chega ao fim no dia 28 de outubro, quinta-feira.

Estranhas, do Espaço f/508 de Cultura, foi idealizado por Monica Nassar, Beta Rangel e Renata Soares, que atua no espetáculo diretamente dos Estados Unidos. O objetivo da obra era explorar outras formas narrativas entre arte, virtualidade, comunicação e tecnologia. Na experimentação cênico-virtual, duas atrizes abordam potencialidades e meios de interação não-presenciais, na pandemia.

Indicado a maiores de 14 anos, o trabalho tem direção de Jonathan Andrade. “Em um mundo distópico, de humanidades frágeis, duas presenças desafiam as possibilidades de conexão. Amar pode ser um ruído”, diz trecho da sinopse.

Monica Nassar comenta sobre a participação no festival: “Apreciamos a atuação e empenho da Funarte que, mesmo em situação de calamidade pública ante a covid 19, criou um Festival que foi fundamental para a manutenção da cultura nacional, contribuindo com grupos de todo o Brasil”.

Já A Moscou! Um Palimpsesto, da S.A.I - Setor De Áreas Isoladas, buscou oferecer uma reescrita contemporânea do clássico As três irmãs, de Anton Tchekhov. Em um diálogo entre o teatro e a música, quatro atrizes e dois músicos se propuseram a compor a sua versão do drama. O espetáculo explora a dificuldade de resistir à erosão da vida e dos sonhos pela ação do tempo. Tem direção de Ada Luana e é indicado a maiores de 14 anos. “Revisitando o drama dos quatro irmãos tchekhovianos que sonham em voltar para Moscou, o paraíso perdido, sem nunca conseguir, deparamo-nos com questões que dialogam perfeitamente com nosso aqui e agora”, explica o grupo.

A diretora Ada Luana comenta sobre a proposta: "Nossa vontade não foi a de responder a nenhuma das questões cáusticas levantadas pela peça de Tchekhov. Mas, antes, de confrontá-las ao nosso aqui e agora e relançá-las ao público de hoje. Uma pandemia se instalou e nos mostrou ainda mais claramente como nos tornamos náufragos de nossos falidos sistemas políticos e nos vemos, tal qual os heróis de Tchekhov, segregados entre degradados e degradadores", completa.

O espetáculo estreou em março de 2017 no Teatro 1 do Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília. Para o grupo, o Festival de Teatro Virtual da Funarte foi uma oportunidade, para artistas do teatro brasileiro, de manter repertórios vivos e circulando nacionalmente, com a possibilidade ainda de estabelecer um intercâmbio com outros profissionais da cena. “A empreitada também contempla de maneira eficaz e abrangente o público de teatro que ainda está praticamente sem acesso às produções teatrais ao vivo”.

Sobre o Festival de Teatro Virtual da Funarte

A programação é resultado do edital Prêmio Funarte Festival de Teatro Virtual 2020. O objetivo era incentivar montagens para apresentação virtual e contribuir para a manutenção de coletivos, grupos e companhias. “Ele foi elaborado em meio a pandemia como uma saída, uma alternativa de fomento à classe artística, contemplando não apenas os artistas, mas também os técnicos”, declara Renata Januzzi, coordenadora de Teatro e Ópera da Funarte. Com o festival, a Fundação busca ainda estimular a democratização e acessibilidade à linguagem artística.

O Teatro Virtual faz referência e homenagem a outro projeto da Funarte, a Série Seis e Meia, que promovia shows de música sempre às 18h30. A ideia é manter o compromisso de levar arte ao público com assiduidade, em um horário acessível, mesmo que à distância. Os vídeos, previamente gravados, ficam disponíveis para o público após a exibição.

Renata Januzzi ressalta a força histórica do teatro, que hoje enfrenta mais um desafio para se manter presente. “O teatro é uma arte milenar e vem sobrevivendo a diversas ameaças de extinção. Dentre elas, a tecnologia, que já foi uma dessas ameaças, surge agora como uma solução de fomento a uma linguagem tão artesanal.” 

por Funarte

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