27 Janeiro 2022 - 12:06

Estudantes alagoanos estão entre as melhores notas da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas

Thiago Ataíde e cortesia
Resultado foi divulgado no último dia 18

Dois estudantes alagoanos figuram entre as maiores notas da última edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), cujo resultado foi divulgado no último dia 18. João Vitor Silva dos Santos, medalhista de ouro pela Escola Estadual Padre Cabral, de Maceió, conquistou a melhor nota entre os alunos da rede pública competindo no Nível 2 (8º e 9º anos), enquanto Gabriela Souza, ouro pela Escola Estadual Almeida Cavalcanti, de Palmeira dos Índios, teve a 7ª melhor nota no Nível 3 (ensino médio) também no âmbito da rede pública.

João Vitor é o primeiro estudante a ser bicampeão de ouro da OBMEP pela rede estadual alagoana. Até então, a rede estadual tinha alcançado ouro em três ocasiões: em 2008, com José Maurício Lima de Melo, pela Escola Estadual Padre Francisco Correia, de Santana do Ipanema; em 2016, com Pedro Lucas Lima, pela Escola Estadual Margarez Lacet e em 2019, com Jeann da Rocha Silva, pela Escola Estadual Margarez Lacet e o próprio João Vitor.

“Fico super feliz com este resultado, que é consequência de muito esforço, apoio de meus pais, da escola e de meus professores. Ele também representa tudo que aprendi nestes últimos anos, amizades que fiz, a bolsa no Programa de Iniciação Científica da Ufal”, relata João Vítor, que, dentre outras conquistas, soma o bronze na OBMEP 2018, ouro na Olimpíada Alagoana de Matemática (OAM) 2019, ouro no Concurso Canguru de Matemática e Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) de 2021 e bronze na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM).

Pioneira

Sétima melhor nota entre os alunos da rede pública em todo o Brasil, Gabriela Souza empatou nesta posição com dois estudantes do Colégio Militar de Curitiba e ainda teve um desempenho no mesmo nível de alunos de uma das melhores escolas públicas do país, o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Um dentre os tantos feitos da jovem palmeirense que faz história como a primeira estudante do sexo feminino em Alagoas a ter ouro na OBMEP.

Até então, o mais alto patamar que as alagoanas haviam alcançado era a medalha de prata conquistada por Joyce Monteiro, em 2009, pelo Colégio Tiradentes Maceió; Lara Luiza Ramos, também em 2009, pela Escola Municipal Dra Elisabeth Anne L.L. de Farias, de Maceió; Letícia Oliveira Santos; em 2011, pela Escola Estadual Comendador José da Silva Peixoto, de Penedo; Thaynara Santos, em 2013, pelo Ifal Maceió; Marta Severiano de Oliveira, também em 2013, pela Escola Estadual Álvaro Paes, de Coité do Noia; Júlia Aguiar, em 2014, pelo Ifal Maceió; Érika Machado Soares, em 2016, pelo Ifal Palmeira dos Índios; Maria Karla Barbosa, em 2018, pela Escola Estadual Álvaro Paes e Mariana das Neves Ferreira, em 2019, pelo Centro Educacional Professora Maria de Lourdes Rocha, de São José da Laje.

Além disso, Gabriela é tetra medalhista da OBMEP, tendo conquistado um bronze pela Escola Municipal Douglas Apratto Tenório e dois bronzes e um ouro pela Escola Estadual Almeida Cavalcanti. Ela iguala o feito de Maria Karla Barbosa, que teve um bronze pela Escola Municipal José Sena Dias e dois bronzes e uma prata pela Escola Estadual Álvaro Paes e de Sterfany Lopes, com quatro bronzes – sendo três pelo Grupo General Góes Monteiro e um pela Escola Estadual Djalma Barros Siqueira, ambos em Coruripe.

Ela espera que seu feito incentive mais garotas a acreditarem em seu potencial e buscarem medalhas na competição. “Desde que conheci a OBMEP, ganhar um ouro sempre foi a minha meta. Nestes últimos anos, a pandemia nos trouxe muitas dificuldades e ganhar ouro em meio a esse cenário é uma vitória enorme. Também fico feliz por ter sido a primeira garota medalhista de ouro e espero que minha conquista motive outras meninas a fazerem o mesmo, a lutarem por uma medalha”, frisa Gabriela.

Abnegação

Ricardo Lisboa, superintendente de Políticas Educacionais da Secretaria de Estado da Educação e Adeilailson Peixoto, coordenador da OBMEP em Alagoas comemoram o desempenho de Alagoas na olimpíada – com 108 medalhas, o estado teve o melhor resultado de sua história, que eles atribuem à combinação talento e abnegação de alunos e professores a um processo de formação.

“Mesmo em meio aos desafios da pandemia, jamais deixamos de trabalhar pelo aperfeiçoamento da Educação de Alagoas e, por isso, gostaria de parabenizar todas as escolas por este resultado. Elas desenvolvem um trabalho focado e contínuo nas olimpíadas e isso também consolida as ações empreendidas pela Seduc, Gerências Regionais, enfim, toda a rede estadual, pela Educação”, destaca Ricardo, adiantando, que, em 2022, o projeto deve ser fortalecido nas escolas.

Adelailson ressalta o trabalho de formação junto aos professores de matemática em todo o estado. “Para isso, contamos com o apoio das Gerências Regionais de Educação, o que nos permitiu percorrer todo o estado com formações desde o período de inscrições até a realização das provas. Isso compensou as perdas da pandemia. Além disso, temos conseguido alcançar mais escolas no interior, inclusive nas áreas mais remotas, o que fez com que mais alunos melhorassem sua base em matemática graças às metodologias da OBMEP”, avalia.

por Agência Alagoas

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