O que faz a visita de um governador
É surpreendente como a incúria administrativa dos últimos meses sofreu um abalo sísmico no último final de semana. Até o Bom Jesus dos Navegantes da entrada de Penedo, o mesmo que durante a campanha eleitoral foi descaradamente usado nos palanques sob ameaça de ter seu barco surrupiado para “despachar adversários” da cidade, recebeu notável trabalho de ajardinamento.
O lixo foi recolhido, o matagal que tomava conta das calçadas, devidamente extraído e um batalhão de trabalhadores, que provavelmente também estão incluídos no “invisível” Decreto de Estado de Emergência, arregimentados para dar cara nova à cidade anfitriã do Governador do Estado em plena segunda-feira.
Mas o comentário maior na cidade, nas bocas-miúdas governamentais e de oposição, é, sem dúvida, sobre o requinte dos móveis e objetos de decoração que estão sendo utilizados para “ornamentar” os órgãos públicos que foram “inaugurados”.
Pena que todo esse aparato tenha perdido o brilho diante do furdunço ocorrido no Posto de Saúde III, o antigo Sesp, onde centenas de pessoas se aglomeravam desde a madrugada, em busca de marcar um simples exame de sangue.
Mulheres, crianças, idosos, cidadãos enfim, tiveram que enfrentar a Polícia.
Enquanto isso, alguns dos ilustres representantes do povo penedense, perfilados e “emocionados”, traduziam em gestos e palavras o que suas atitudes negam nos outros tantos e tantos dias do ano.
Em política, mentir, enganar, usurpar, prevaricar e, sobretudo, aproveitar, são verbetes que jamais receberão reformas ortográficas ou de conceitos.
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