O prefeito da mentira mostrou sua verdade
Há um trava-língua que diz assim: o tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem e o tempo respondeu ao tempo que o tempo tem o tempo que todo tempo tem.
Há também uma pérola da filosofia que diz que “o tempo é o senhor da razão” e incontáveis ditos populares sobre o tempo, como por exemplo, o famoso “não há nada como um dia atrás do outro”, cada um mais aplicável ao nosso cotidiano.
Na minha indigência, costumo dizer que o tempo é um sujeito gago e é preciso ter paciência para entender o que ele diz.
Exatamente por isso, pela paciência duramente conquistada, agora posso usufruir do entendimento que o tempo me proporciona.
E o tempo mostra que, finalmente!, o Prefeito da Mentira falou a verdade!
Falou a verdade quando determinou a veiculação de publicidade oficial da Prefeitura de Penedo informando sobre a situação de caos financeiro em que o município se encontra;
Falou a verdade quando disse que, em sua gestão, Penedo perdeu os royalties pagos pela Petrobrás;
Falou a verdade quando disse que a Prefeitura de Penedo precisa demitir o pessoal admitido por ele próprio como gestor;
Falou a verdade sim.
No entanto, mente mais uma vez e continua mentindo quando diz que renuncia ao mandato de prefeito para dedicar-se a um projeto de melhorias para a cidade e o faz por amor a Penedo.
Mente!
Que amor é esse que atende única e exclusivamente aos seus próprios interesses e no tempo que lhe aprouver?
Que melhorias são essas que seu suposto prestígio junto ao governo atual não consegue proporcionar AGORA, quando a cidade vilipendiada e traída sofre e geme de dor com feridas expostas e sangrentas que não contam sequer com o sanativo no posto de saúde?
O Prefeito da Mentira continua mentindo.
Mentiu primeiro para os amigos. Mentiu para Carlos Hora, Guilherme Gonçalves, Messias Lima, Josué Marques, Raimundo Souza, Ronaldo Lopes, Alfredo Pereira, Silvio Menezes, José Machado e para alguns outros que, se acalentaram o desejo de um dia vir a governar a cidade natal, berço de suas famílias e de suas histórias, não expressaram esse sentimento e, só por isso, foram poupados da esteira rolante e da guilhotina.
O Prefeito da Mentira mente agora como mentiu em 1998, em 2000, em 2002, em 2004, em 2006 e em 2008.
Mente quando diz que se precisasse de projeção teria continuado como secretário de estado.
Então, se o projeto era além de Penedo porque foi capaz de ir tão longe para estar tão próximo?
Por que então mentiu para essa gente que se dispôs a investir tão despudorada e inescrupulosamente em um projeto ainda sob suspeição?
E, já que a nossa Penedo, Patrimônio Histórico Nacional, representada na metade do Brasão de Armas do Estado de Alagoas, Mui Nobre e Sempre Leal, valorosa Penedo, terra de Francisco Inácio de Carvalho Moreira, de Sabino Romariz, de Fernandes de Barros, de Clementino do Monte, de Hermílio de Freitas Melro e de tantos grandes homens que construíram a história e a cultura desta nação não é suficiente para dar projeção a quem quer que seja o gestor que vem no rastro de outros homens como Hélio Lopes, Dema Pereira, Raimundo Marinho, Alcides Andrade e Tancredo Pereira, então há mais um questionamento em aberto. Por quê?
O Prefeito da Mentira continua mentindo!
Mentiu para pessoas que estão aturdidas e ainda não entenderam o porquê de terem gritado nas ruas, rasgado tratados de amizade e rompido laços de afeto.
Mentiu para quem tinha esperança e contava com as promessas feitas em campanha para estruturar a própria vida.
Mentiu para os feirantes, mentiu para os comerciantes, mentiu para os ambulantes, mentiu.
Mentiu quando quis fazer com que as pessoas humildes do povo acreditassem que o governo federal é o único responsável pela falta de recursos ou que as verbas recebidas este ano pelo município a título de repasses institucionais são menores do que em outros anos.
Mentiu para quem acreditou que suas mentiras eram verdades absolutas e que as absolutas verdades ditas e contadas por tanta gente que sofreu na pele as conseqüências dessa “possessão pelo poder” eram mentira.
Mentiu e fez de conta que a culpa da perda dos recursos para a reforma do Aeroporto de Penedo é dos “posseiros” e não de quem permitiu a ocupação indevida por descaso e desídia administrativa.
Mentiu e fez de conta que você teria uma UTI e uma Unidade de Emergência funcionando plenamente aqui, na sua cidade, e que os seus filhos não ariscariam a vida uma segunda vez sobre as rodas de uma ambulância.
Mentiu e fez de conta que o Mercado Público, depois de pronto iria ser devolvido para os antigos permissionários.
Mentiu e fez de conta que as compras públicas eram realizadas no comércio de Penedo e que o pagamento estava em dia.
Mentiu e fez de conta que os pacientes de catarata estavam fazendo a cirurgia e que os mutirões patrocinados pelo Governo Federal estavam acontecendo;
Mentiu para os pais de alunos dos povoados, homens e mulheres do campo, quando lhes garantiu que as escolas nucleadas seriam reabertas e que seus filhos teriam educação de qualidade;
Mentiu e fez de conta que os servidores públicos receberam o pagamento rigorosamente em dia, que nenhum médico pediu demissão por não receber e que os servidores da saúde e da educação receberam todos os seus direitos como terço de férias, diárias, adicionais de insalubridade e periculosidade...
Mentiu quando disse que apoiaria o Sport Club Penedense, agora rebaixado para a segunda divisão.
Mentiu e fez de conta que foi feita uma rigorosa licitação para locação de veículos e que os preços foram todos equiparados e que está tudo sob a mais perfeita ordem.
Mentiu quando disse que você seria livre e respeitado.
Mentiu, mentiu, mentiu!
Mentiu para os amigos e agora mentiu para o povo.
Traiu os amigos e agora traiu um povo inteiro, um povo que nele confiou e que, infelizmente, ainda não consegue refletir ou plenamente avaliar o óbvio.
Um povo que ainda se deixa seduzir pela aparência, pelas cores, pelos números, pelo direito travestido de esmola e subjugado pela falsidade, por instalações nababescas e pelo que é diferente de si mesmo.
Parece que a certas pessoas é impossível olhar-se no espelho.
Infelizmente, parte do nosso povo é assim. Não consegue ver um igual sem que tenha por ele um certo repúdio.
- Não, eu quero alguém diferente de mim. Seja como for, contanto que seja diferente!
Não importa se mentir, se enganar, se fraudar, de desviar, se matar, se roubar, se trair.
Não importa. Como eu é que não pode ser.
Às vezes me parece que o meu povo pensa assim: Não, não pode ser como eu sou. Ninguém como eu, nascido no mesmo lugar, que freqüentou as mesmas escolas, que passeou nas mesmas praças, que teve os mesmos amigos, que cresceu ouvindo as mesmas histórias e que conhece as nossas verdadeiras carências pode ser aquele em quem eu vou depositar a minha esperança!
E nessa estupidez, de insensatez em insensatez, Penedo segue trôpega e confusa, destruída, humilhada, violentada.
Mas tem que ser diferente.
Então eu pergunto, até quando?
Até quando nós vamos permitir essa violação?
Até quando vamos continuar nos enganando por promessas feitas por pessoas que não respeitam nossa população e que sabemos não serão cumpridas?
Até quando vamos continuar escutando o que dizem certas pessoas desprezíveis e desocupadas, os falsos profetas, que vivem nas esquinas, não trabalham, não produzem e sobrevivem falando das pessoas e da cidade?
Quando será que voltaremos a ter responsabilidade e liberdade para escolher nossos representantes ou dirigentes sem sermos seduzidos e perseguidos por esses delirantes “Imperadores’?
Até quando vamos aturar as opiniões e críticas dos que não vivem aqui, não investem nenhum centavo em nossa cidade, não realizam aqui nenhum trabalho social e ficam emitindo idéias sobre uma cidade que já não conhecem mais e, o que é pior, tentando passar a idéia de que são os grandes defensores do Penedo?
Até quando vamos agüentar os vaticínios e as cobranças de certos indivíduos que, quando necessitam tomar uma posição pública, tomar partido mesmo, o fazem justamente embasando suas decisões nos critérios de seus próprios interesses, dos interesses de seus negócios ou de uma covardia que enoja, porque como dizem “em off”, “não quero me expor”?
Dizem que é preciso um “penedense” ser candidato, que um penedense deve assumir uma postura, mas quando um verdadeiro penedense se candidata, votam contra.
Quando um penedense é traído, enganado, viram as costas à vítima e bajulam o enganador.
O que será que precisa acontecer para acordamos as pessoas do bem de nossa cidade?
Pior do que a administração dos ruins, a ambição ensandecida dos que se acham os donos do poder e a covardia dos que não honram os amigos, a palavra empenhada e o voto do povo, é o silencio e a omissão dos bons.
E é justamente essa omissão que faz com que gente que acredita que o bem não ganha do mal, alcance o poder pela força, pela trapaça ou pela ignorância.
Precisamos reagir. Se você realmente gosta de Penedo, é um penedense de fato, nato, ou por militância e resistência como eu, pense nisso.
Como disse o escritor americano Ambrose Bierce, “o voto é um instrumento de poder do homem livre que pode fazer dele um pateta e um grande estrago em uma nação”.
O estrago já foi feito, mas nós, os que verdadeiramente amam Penedo e não deixarão de lutar por essa cidade, não somos patetas.
Nem mentirosos, nem patetas e muito menos covardes!
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