16 Abril 2021 - 03:00

Educação Inclusiva: Boas práticas em todo o território sergipano

Governo de Sergipe
A educação inclusiva é a prática da educação especial

A educação inclusiva é a prática da educação especial dentro da escola regular, cujo objetivo é permitir a convivência e a integração social dos alunos com deficiência, favorecendo a diversidade. Essa modalidade de ensino visa a promover o desenvolvimento das habilidades das pessoas com deficiência, englobando desde a educação infantil até a formação superior. Em Sergipe, a Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc) promove ações especiais em unidades de ensino em todos os municípios, transformando as escolas da rede estadual em espaços de inclusão.

O planejamento é realizado para que todas as escolas sejam inclusivas. Para melhor auxiliar o processo de educação e inclusão dos alunos especiais, o Governo de Sergipe foi pioneiro no país na contratação dos Profissionais de Apoio Escolar 1 e 2. Somente no período de 2020 a 2021, foram contratados 35 profissionais de Apoio Escola I, que auxiliam os alunos a fazerem os cuidados com a higiene, alimentação e locomoção; e contratação de 110 profissionais de Apoio Escolar II, que prestam atendimento aos alunos da Educação Especial, nos Ensinos Fundamental e Médio que não realizam atividades pedagógicas com independência, conforme as especificidades apresentadas pelo estudante, relacionadas à sua condição de funcionalidade e não à condição de deficiência, além de 34 tradutores e intérpretes de Libras que prestam atendimento aos alunos com surdez. O Governo estadual, por meio da Seduc, dá continuidade ao processo de novas lotações desses profissionais.

Além das salas regulares, as escolas que trabalham com alunos especiais dispõem de 122 Salas de Recursos Multifuncionais distribuídas em todas as diretorias regionais de educação (DREs), que oferecem o Atendimento Educacional Especializado (AEE), prestado de forma complementar ou suplementar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação matriculados em classes comuns do ensino regular, assegurando-lhes condições de acesso, participação e aprendizagem, por meio de professores com formação na área da Educação Especial.

A professora Fátima Patrize Santos Alves trabalha atualmente no Ensino Médio em Tempo Integral, mas até 2020 ela ensinava a seis alunos em uma sala de recursos do Colégio Estadual Senador Gonçalo Rollemberg, em Japaratuba, localizada no território Leste Sergipano. Ela conta que na comunidade quase todos se conhecem, então isso cria uma facilidade maior para que escola e as famílias se unam em parceria para atender aos alunos. Segundo a professora, na época em que as aulas eram presenciais, mesmo nas salas regulares, a escola trabalhava para que todos se colocassem no lugar dos alunos especiais, criando assim uma maior empatia entre todos. Já quando começou o período de educação a distância, ela fazia videochamadas pelo WhatsApp, com o auxílio dos pais, e também gravava vídeos e enviava para os alunos.

“Nós tivemos um apoio muito grande das famílias, que foram essenciais para que as atividades ocorressem e conseguíssemos alcançar os objetivos a que propusemos. Um exemplo foi uma atividade sobre alimentação. Eu enviei vídeos com instruções e eles conseguiram preparar uma salada de frutas”, exemplificou. Além dos vídeos enviados e as chamadas de videoconferências, os alunos receberam materiais impressos com atividades adaptadas ao grau de necessidade de cada um. A professora conta que, em alguns momentos, precisou ir pessoalmente à casa de alguns alunos para entregar os materiais, mantendo todos os cuidados de distanciamento. “Com esses encontros, mesmo que de longe, esses alunos se acalmavam mais ao ver a gente, pois são muito apegados aos professores. E assim posso dizer que tivemos experiências bem exitosas. A escola tem o cuidado de trabalhar a inclusão tanto na sala regular, quanto na sala de recursos”, afirmou.

Outro exemplo de dedicação é a professora Stella Mares Carvalho, pedagoga que atua, desde outubro de 2020, como Apoio Escolar II no Colégio Estadual Professor Fernando Azevedo, em Nossa Senhora das Dores, no Médio Sertão Sergipano. Ela relata que tem sido um grande desafio dar apoio pedagógico à aluna Jainy Garcia Pereira, do 3º ano do Ensino Fundamental, devido ao momento atípico em que todos estão vivendo. A aluna não fala, tem Síndrome de Down, e a professora já tentou fazer vídeo chamada via WhatsApp, mas não teve sucesso. Desta forma, ela decidiu atender à estudante duas vezes por semana de forma presencial, com autorização da mãe, que aceitou de imediato.

“Hoje já vejo um bom desenvolvimento, pois ela não tinha coordenação motora solidificada, principalmente no desenvolvimento de atividades com colagem e tesoura. Está sendo muito gratificante, mas tenho um desafio maior em ajudá-la no desenvolvimento da fala dela. Mas creio que com um trabalho dinâmico, sequencial e planejado iremos efetuar uma melhora essencial na vida de Jainy”, afirmou.

A dona de casa Eliana Santos é mãe da aluna Elizabete Vieira Santana, matriculada no 6⁰ ano do ensino fundamental do Colégio Estadual Professor Fernando Azevedo. Ela não poupa elogios ao trabalho realizado pela professora que atua como Apoio Escolar II. “Agora, nesse momento de pandemia, minha filha está estudando em casa. A professora liga, faz vídeo chamada, passa atividades, faz todo o acompanhamento com ela. Às vezes ela vem aqui em casa, e isso é muito importante para a minha filha e para todas as crianças que ela atende. Minha menina tem autismo, então isso requer uma certa atenção. E com a chegada do profissional de Apoio II, ela passou a aprender mais e teve uma grande melhora”, declarou.

Mediadores da aprendizagem

A professora Adriana Soares de Santana Dantas, até o ano passado, trabalhava como Apoio Escolar II, no Colégio Estadual Lourival Fontes, em Riachão do Dantas, Centro-Sul Sergipano. Sua experiência com alunos especiais vem desde o ano de 2016. A professora lida diariamente com alunos com autismo, paralisia cerebral, deficiência intelectual e deficiências múltiplas. Eles frequentam as aulas normais pela manhã e vão para a sala de recursos no contraturno.

“Eu sou uma ponte entre os alunos e o professor. Minha função é amenizar as dificuldades que eles têm no Ensino Fundamental. Trabalho junto com os professores no sentido de melhorar as práticas pedagógicas. Além disso, também oriento os docentes e a equipe diretiva quanto à adaptação do currículo, fazendo um plano de ensino individualizado para cada aluno”, explicou. Na sala de recursos ela utiliza jogos pedagógicos, laptop e diversos outros materiais educativos que ela mesma cria. Adriana relata que com o trabalho executado, é perceptível uma grande melhora nos alunos, inclusive na socialização. “O desafio é muito grande, pois a gente se depara com crianças com o cognitivo bastante prejudicado. Mas temos que buscar soluções, e quando percebemos os avanços, é sempre algo muito prazeroso e gratificante”, disse.

A professora de Apoio Escolar II, Cleciane Santos, atua no Colégio Estadual Prefeito Joaldo Lima de Carvalho, em Itabaianinha, território do Sul Sergipano. Ela tem buscado maneiras diversificadas para acompanhar a aluna Carliane de Jesus Santos, do 2º ano do Ensino Médio, que está com 26 anos e tem deficiência intelectual. A professora está atendendo à estudante de forma remota, entregando atividades e, quando necessário, fazendo um atendimento individual uma vez por semana, seguindo todos os protocolos de distanciamento e segurança sanitária. Cleciane conta que o professor de Apoio Escolar II age como mediador da aprendizagem, oferecendo diferentes abordagens das que foram trabalhadas em aula, proporcionando um tempo e um espaço diferenciados. Ele faz com que o aluno obtenha o máximo de aproveitamento em seu processo de aprendizagem, com base na premissa de que cada pessoa aprende em um tempo determinado e de uma maneira própria. Em seu trabalho pedagógico, a professora utiliza ferramentas ideais para que cada aluno possa construir seu conhecimento, superando barreiras que aparecem na hora do estudo.

“O profissional, em primeiro lugar, precisa conhecer bem o aluno em suas dificuldades, a fim de que, a partir daí, possa traçar objetivos e metas. O ano de 2020 foi de promover mudanças da rotina escolar, lidar com os desafios da pandemia, isolamento social e superar, da melhor maneira possível, obstáculos impostos por um modelo de ensino que até então era totalmente atípico”, disse. 

por Governo de Sergipe

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