14 Novembro 2019 - 21:27

Nova chanceler boliviana afirma que país não quer voltar ao passado

A professora e diplomata de carreira Karen Longaric foi recém-empossada como ministra das Relações Exteriores da Bolívia pela autoproclamada presidente do país, Jeanine Áñez. Longaric afirmou que a Bolívia assumirá um papel "sem falso protagonismo nem posturas histriônicas", descartando a adoção de medidas consideradas histéricas e exageradas. "Não é um governo que quer voltar ao passado", afirmou.

Com a renúncia de Evo Morales e a posse autoproclamada de Jeanine Áñez como presidente do país, estabeleceu-se um governo de transição no país. Apesar de não haver consenso sobre a constitucionalidade da posse de Áñez, ela assumiu o posto máximo do governo e montou um gabinete com 11 novos ministros, além de nomear novos chefes para as Forças Armadas e prometer eleições em breve.

A nova chanceler do país disse que espera a renúncia de embaixadores que não são diplomatas de carreira, mas que ocupam o cargo por indicações políticas da administração de Evo Morales. Longaric afirmou que estes postos serão ocupados pelos "melhores da carreira".

“Vamos mudar todos os embaixadores que estão por designação política. Eu estimo que eles renunciarão imediatamente. Aquelas pessoas que não são de carreira e entraram no Serviço de Relações Exteriores por honorários políticos, renovaremos, tentando colocar as melhores pessoas, as pessoas mais eficientes, as que podem contribuir com o país”, afirmou.

No entanto, pelo menos dois embaixadores já se manifestaram contra a declaração da nova chanceler. Sacha Llorenti, embaixador da Bolívia na Organização das Nações Unidas (ONU), e Ariana Campero, ex-ministra da Saúde e embaixadora em Cuba, afirmaram que não vão renunciar.

"Fui nomeado embaixador da Bolívia nas Nações Unidas pelo presidente constitucional Evo Morales e ratificado por dois terços do Senado do meu país. Não renunciei nem renunciarei", escreveu Llorenti no twitter.

"Não vou renunciar, fui nomeada pelo Presidente Constitucional do Estado Plurinacional da Bolívia e pela Assembleia Legislativa Plurinacional eleita pelo povo. Os inconstitucionais são Jeanine Áñez e seu gabinete ilegal", disse Campero, também no twitter.

por Agência Brasil

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