28 Outubro 2021 - 05:00

Edição 2021 da expedição científica levará doações para ribeirinhos

Divulgação
Ações vão acontecer no dez municípios por onde a expedição vai passar

A 4ª Expedição Científica do Rio São Francisco, organizada pela Universidade Federal de Alagoas, terá início no próximo dia 1º de novembro e percorrerá todo o baixo São Francisco produzindo pesquisa e trazendo benefícios aos municípios da região. Entre as ações previstas estão a doação de vários itens, dentre eles: três mini tratores, 100 mil alevinos de cinco espécies nativas que serão introduzidas no Velho Chico; notebooks, datashows e caixas de som para escolas municipais rurais, 400 kits de material escolar, 10 kits de jogos nas áreas de Matemática, Ciências, Biologia e História para escolas da região; 300 camisas e 300 bonés do Movimento Vire Carranca para a população, além de outras doações.

De acordo com o professor da Ufal e coordenador da Expedição, Emerson Soares, todos os municípios visitados receberão doações. Ele destaca as doações que serão feitas em Piranhas, Pão de Açúcar e Piaçabuçu: “No município de Piranhas, a associação que trabalha com certificação orgânica receberá a doação de um trator. Faremos a doação de uma data show, uma caixa de som e um notebook para a escola rural e material escolar para cerca de 60 crianças, além de material pedagógico para a escola. A cidade também receberá peixamento [doação de peixes], mudas para plantio do bosque da ciência e dois PEVs – coletor de lixo e material reciclável. Já o município de Pão de Açúcar receberá as mesmas ações variando apenas a quantidade. O terceiro trator será doado para Piaçabu”, contou.

Cada trator está avaliado em aproximadamente 100 mil reais e são uma doação da Codevast, uma das financiadoras do projeto. A expedição conta com oito financiadores que subsidiam o projeto e as doações: O comitê da Bacia São Francisco, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Semar Alagoas, Codevasf, Arigool, Pedreira Triunfo e a Universidade Federal de Alagoas.

As doações são pensadas de acordo com as 35 linhas de pesquisa da Expedição que contemplam as áreas social, econômica, ambiental e de saúde, visando à recuperação ambiental do Baixo São Francisco e ao desenvolvimento da região e da população ribeirinha. Exemplo disso são ações de peixamento para recuperação da fauna aquática.

“Essas ações são importantes porque o Rio São Francisco e o baixo vem recebendo impactos ambientais que estão prejudicando a reprodução dos peixes. As lagoas marginais estão secando devido à crise hídrica e retenção de água pelas hidroelétricas, o que causa grandes problemas para a reprodução e a pesca, inclusive, com extinção de espécies. Embora 100 mil juvenis não seja um número tão grande, mostra uma representatividade importante para as ações que nós devemos preservar. Algumas dessas espécies não estão se reproduzindo com tanta intensidade como antes no São Francisco devido aos problemas de contaminação e à lagoa marginal seca. Com o peixamento a gente começa a dar um reforço e a cada ano a gente faz isso. Nos últimos três anos colocamos 300 mil alevinos, sendo 100 mil a cada expedição”, confirmou.

Além da doação de bens duráveis, a expedição também promove serviços de assistência para as comunidades ribeirinhas como ações de saúde bucal, prevenção de câncer de pele e cirurgias. A partir das pesquisas desenvolvidas pelos 66 pesquisadores que compõem a equipe da expedição, é possível propor ações que melhorem as políticas públicas dos municípios, como a questão do saneamento básico e da qualidade de vida da população.

Outro ponto alto da passagem da maior expedição científica do país pelas cidades do baixo São Francisco é a divulgação da região, como explica o professor Emerson Soares: “A gente atrai projetos, pesquisa e público para a região com a divulgação do trabalho na ciência nacional e internacional. Também atraímos projetos de turismo científico e ecológico. Estamos nos preocupando e cuidando do baixo São Francisco. E, claro, a gente deixa um legado muito forte na parte de educação ambiental com as escolas, municípios e gestores públicos em cada município.”

A expectativa dos pesquisadores é que essa seja a melhor edição da Expedição Científica em números e resultados. “Vemos a evolução do trabalho desde quando começamos a construir a proposta em 2017 e vemos, hoje, o volume de coisas que aportamos no baixo São Francisco, de pesquisadores, de pesquisa nas mais diversas áreas. Estamos atraindo parceiros e instituições que estão trabalhando em conjunto, num processo de cooperação mútua em que as instituições se ajudam em tudo em prol da melhoria e da qualidade ambiental do Velho Chico e também das populações ribeirinhas. A melhor expedição de todos os tempos vai ser essa, acredito eu, a maior também”, confessou o coordenador da expedição, professor Emerson Soares.

Acompanhe a expedição pelas redes sociais e fique por dentro de tudo que vai acontecer nos 10 dias de navegação pelas águas do Velho Chico.

por Carolina Neris e Rose Ferreira/Ufal

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