James Dantas

James Dantas

Fotógrafo, partilhador de conhecimento e admirador eterno de Penedo

Postado em 17/04/2019 09:30

No Túnel do Tempo da Fotografia - Origens

No texto passado mencionei que em 1826, Joseph Niépce precisava de 8 horas de exposição à luz para conseguir registrar uma imagem. Mas antes de Niépce, havia ainda um conceito que foi a base para a fotografia como conhecemos: A Câmara Escura. Trata-se de uma caixa fechada que tem um orifício em uma de suas faces, permitindo a entrada de luz que é refletida por algum objeto externo, formando em seu interior uma imagem invertida do mesmo. Era usada por artistas para auxiliar na execução de desenhos e pinturas.

Posteriormente, com os avanços da ciência modelos mais compactos foram construídos e utilizados de novas maneiras. Os ingleses por exemplo a utilizavam para ver o eclipse solar com maior segurança. E de acordo com um artigo citado na Wikipédia, algumas câmaras escuras foram construídas como atrações turísticas, embora poucas existam ainda hoje. Exemplos podem ser encontrados em Grahamstown na África, Bristol na Inglaterra, Kirriemuir, Dumfries e Edinburgh, Escócia, Santa Monica e São Francisco, Califórnia. Existe uma grande e bem montada câmera escura no Museu da Vida da Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro. Em Lisboa, no Castelo de São Jorge, existe uma câmara escura com periscópio gigante, através do qual é possível observar imagens da cidade em movimento.

Uma vez que a câmara escura permitia visualizar as imagens, a questão agora se resumia a como registrá-las e eternizá-las. Niépce precisava de 8 horas de exposição a luz usando o betume da judeia para fixar uma imagem em uma placa de estanho, mas posteriormente, Louis Daguerre, que era sócio de Niépce desenvolveu um processo com vapor de mercúrio que diminuiu de horas para minutos o tempo de exposição necessária para registrar uma imagem, fixando-a em uma placa de cobre.

Hoje, com a fotografia digital, tudo isso é feito em uma velocidade instantânea. Márcio Bohrer explica em um artigo do site Oficina da Net que as câmeras digitais possuem uma variedade de lentes, que servem para conduzir a luz para o sensor - CCD (Charged-Coupled Device) ou CMOS (Complementary Metal-Oxide Semiconductor). Porém, ao invés de utilizar um filme fotográfico, faz-se uso de um aparelho semicondutor, que é utilizado como forma de registrar a luz eletricamente com uma gradação em volts. O sensor converte a luz em elétrons de cada célula na imagem. Então, essa imagem é gravada no cartão de memória e pode ser visualizada imediatamente na tela da câmera, importada para computadores, tablets e smartphones e editadas em softwares de edição de imagens.

Semana que vem, falaremos sobre a evolução das câmeras fotográficas e seus variados estilos. Abraço e até o próximo post :D
 

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